segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A greve da polícia e a falta de tempo.

Nos últimos dois dias, não postei - e sequer divulguei - o blog. Estava preocupado e atarefado. Tudo graças à paralisação dos policiais militares em Salvador.


Quando não estava na rua, a procura das notícias relacionadas à paralisação, estive na internet. Pude acompanhar a onda de terror incitada por alguns através da forma mais cruel de veiculação.

O boato.

Claro, houve fatos ruins. Bairros da periferia e subúrbio ferroviário da cidade principalmente vivem uma guerra. Quadrilhas de traficantes aproveitam a ausência da força policial para se matar.

Chacinas já foram registradas em pelo menos dois bairros. As maiores no Nordeste de Amaralina (5 mortos) e Boca do Rio (4 mortos).

Mercados pequenos de bairros populares como Mata Escura, Fazenda Grande do Retiro, e até mesmo de lojas grandes na Avenida Sete - circuito do carnaval de Salvador - já foram saqueados.

Nesse dia 7 de fevereiro, tem lojas em Periperi, no subúrbio, que receberam aviso para não abrir. Sabe-se lá de quem. A população reclama de ausência do exército nessas áreas.

Muita coisa, não? Pois é. Apesar disso, nesses quase 7 dias a boataria foi muito maior.

Cheguei a ouvir coisas impressionantes. Um chegou a falar que policiais estavam retirando dinheiro de dois caixas eletrônicos para colocar em carros fortes. Policiais? Isso porque estavam de colete e "brucutu" - aquela meia que cobre a cabeça.

Ora, nada mais eram que seguranças de carro forte.

E os boatos de "arrastão"? Bastava ver alguma multidão correndo - até pra ir pegar um ônibus - e já tinha gente que dizia ser arrastão - grupo de assaltantes e saqueadores. Pode?

Independente disso, fato é que ficou difícil postar no blog. Eu bem que gostaria de ter tempo para ler meus livros. Mas está difícil.

No domingo, trabalhei das 16h até as 10h da manhã de segunda-feira. Isso porque era o dia em que o exército iria isolar os manifestantes na assembleia legislativa. Um grupo com cerca de 400 pessoas.


No dia seguinte, amigos dos policiais dentro da assembleia forçaram a barra e tentaram bater de frente com o exército. Não conseguiram. Mas houve tumulto.

Nos próximos dias, viveremos a expectativa. Negociações para a saída dos PMs e familiares no local. Ou a mão pesada do estado sobre eles.

Todos estão armados. Dentro e fora da casa das leis - e do povo.

Provavelmente, minhas próximas postagens serão sobre esses assuntos. Claro que quando houver tempo, colocarei os livros também.

A gente se vê. E torce por uma solução pacífica.

(As imagens são do site bahianoticias.com.br)

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