terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Greve da PM na Bahia - dias de domingo em Salvador.

Sabe quando os ônibus saem vazios no começo da manhã e horários de pico? Quando o trânsito está quase livre e dá pra chegar no trabalho com boa folga?

Sabe daqueles dias em que as ruas não estão muito cheias? Os pontos e estações de transbordo recebem menos gente que o normal?

Sabe aqueles dias em que algumas lojas fecham mais cedo? Ou nem abrem.

São os sábados. Ou melhor, domingos.

Assim tem sido os dias em Salvador, com a paralisação da PM.

Ontem e hoje, observei como a cidade se comportava. De manhã, o ônibus passou e fez a viagem toda de 40 minutos quase vazio. 

Inclusive, fez o trecho em 30 minutos. Por causa do trânsito mais tranquilo.

Durante o dia, nos bairros ameaçados por bandidos, o comércio fecha mais cedo. Ou nem abre. Caso de Periperi, onde houve ameaças a quem arriscasse abrir a loja. Fiz até uma reportagem sobre isso (veja abaixo).


A noite, por volta das 20h40, quase não havia movimento de pessoas a pé. Bares e postos de gasolina estavam abertos.

Minha academia fechou mais cedo. Eu nem sabia. O trânsito de carros era razoável - como em um fim de semana. E os ônibus começavam a escassear.

Por tudo isso, os dias aqui tem sido parecidos com os domingos. Até o sol está bem forte. Mas há uma exceção. As pessoas não estão nas praias o dia inteiro.

Muitos estão em casa. Com medo. Não os culpo. As notícias assustam, e a boataria, pior ainda...

Quando às notícias, houve saques e homicídios, principalmente durante a madrugada de segunda pra terça. Nada tão grave durante o dia, apenas assaltos. Inclusive um na manhã em Periperi.

Na madrugada de terça para quarta, surge a notícia da possível parada dos oficiais da PM.

Um encontro deles está marcado para quinta-feira.

Na Assembleia Legislativa, onde estão cerca de 200 manifestantes, nada mudou. Bolo de aniversário para o general do exército, presença da ONG Cedecca, para garantir a saída das crianças.

Apesar do diretor da ONG não ter encontrado menores, durante a noite havia 3 no local, de acordo com o site Globo.com (link aqui)

E assim vamos vivendo. A cidade dos sorrisos, que custa a abrir os dentes, por causa da paralisação.

Um movimento de melhoria para uma categoria. Mas que também é uma guerra política entre o governo e os grevistas.

Vencedores? Acho que não tem. Só um perdedor. O povo.

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