quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Livro - De onde vem as boas ideias.

A sugestão parece um desafio e tanto. Como ter boas ideias? De onde elas vêm? É possível encontrá-las em um livro?

imagem: historiasdepublicitaria.blogspot.com
É o desafio a que o escritor Steven Johnson se propõe. De onde vêm as boas ideias (Where good ideias come from, 2010) desmistifica a ideia de que uma grande ideia surge de um local isolado. De um pensador solitário. Aquela metáfora do cientista sozinho em seu laboratório.

Até pode acontecer. Mas Johnson acredita que a maior parte delas nasce da cooperação entre cérebros. Do diálogo das ideias. E de um contexto propício ao surgimento da lâmpada na cabeça e da expressão "eureka!".

(Aliás, adoraria saber quem a inventou... Esqueçam, a Wikipedia respondeu: Arquimedes. Veja aqui.)

Esse ambiente deve possuir, entre as principais características, um possível adjacente. Ou seja, um estímulo ao espaço para que as ideias surjam e se desenvolvam. 

Que possibilite a formação das redes líquidas entre as pessoas, para que elas possam discutir e trocar conhecimentos - colaborando em conjunto.

Johnson acredita que o insight mais comum é aquele que vem quando a pessoa se propõe a pensar sobre algo. A suspeitar, a partir de uma intuição da resposta. Que não é rápida. É um processo lento.

O livro traz ainda outros conceitos que possibilitam o florescimento das ideias, como a serendipidade - a abertura da mente para outras ideias. Que podem se relacionar com o caminho que você tenta traçar. E que pode levar à chamada "conexão acidental", em que se baseia a serendipidade.

Além disso, o erro deve ser visto como um acerto, em outro sentido. Que possibilitam a mudança de rota,  uma nova tentativa. Ou a exaptação - o uso de conhecimentos, conteúdos e produtos de outras áreas em uma específica, adaptados.

Importante também é a noção de plataformas. Ambientes providos por uma variante, e onde outros podem desenvolver seus conteúdos. Ideias se chocar. A construção coletiva ser feita. 

Uma plataforma como uma colônia de coral que sustenta um ecossistema marinho, ou um café universitário onde engenheiros de várias áreas se encontram.

Parece complexo? Acreditem, esse foi o livro mais complicado que li. Pelos devaneios, choques de conceitos usados, linguagem, sem contar as dezenas de ideias brilhantes usadas como exemplo. 

Acho até que não estava preparado para lê-lo. Mas aproveitei um bocado. Vale como uma leitura de férias, para abrir a cabeça e tentar novas possibilidades.

A propósito, um excelente trabalho da editora Zahar. Não identifiquei um erro sequer de português. E olha que sou daqueles chatos para isso...

Esse, com certeza vai voltar em uma futura sessão "lições aprendidas".

Se você já leu, e quer contribuir, comente. Depois do Bip.

Bip.

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