Não se comentou outro assunto nesse fim de semana além da
contusão que tirou o atacante brasileiro Neymar da competição.
E uma das perguntas é: como é possível seguir em frente sem
o craque do time?
Aposto que muita gente já viveu essa experiência no ambiente
de trabalho. Qual chefe não fica sentido ao saber que seu principal trabalhador
não vai seguir no trabalho?
Independe da razão, e da sua satisfação em saber que um grande
jogador da sua equipe vai para algo melhor, em busca da própria felicidade.
Passada a saída, é hora de juntar os cacos, arrumar a casa e
saber como é possível substituir aquela posição.
Quem entra?
Assim como na Seleção brasileira, substituir o craque maior
com apenas um jogador é impossível. Afinal, nem todo mundo consegue fazer o que
o Neymar faz.
Mas há outras alternativas. Basta entender que, em 1962, o
Brasil perdeu Pelé. Garrincha precisou ser ainda mais decisivo. O grupo mudou.
E um inspirado Amarildo ajudou a manter as coisas no lugar. Fomos campeões.
Mesmo sem o gênio maior.
Ninguém chega ao ápice do futebol e da carreira, uma seleção
nacional, sem ter qualidades. É preciso agora que os outros jogadores não só se empenhem, como também arrisquem
mais.
No mundo dos negócios funciona do mesmo jeito. Com algumas
vantagens diferentes de um selecionado que conta com apenas 23 pessoas naquele
momento.
Então, pense, como você substitui o seu Neymar, que está
fora de combate?
Motive o grupo e busque qualidades escondidas.
Por mais que seu craque, melhor trabalhador, mais
inteligente ou algo parecido tenha um diferencial, ele precisa de uma equipe
que faça esse diferencial sobressair, e oferecer-lhe vantagem competitiva.
Um passo importante é motivar o grupo, e enxergar no
problema uma “oportunidade”, como já disse o técnico Felipão.
É a chance dos outros talentos, que “carregaram o piano para
o craque”, brilharem. Encontre outras alternativas. Se não houver muito tempo
para as mudanças drásticas, o ideal é manter o conjunto firme, usar a perda
como motivação, assumir as limitações e tentar surpreender.
Não é a toa que o gestor precisa estar atento às qualidades
latentes de outros membros da equipe. O craque decide, mas todo mundo tem seu
valor quando trabalha numa equipe. Fazer a estrutura rodar de um jeito um pouco
diferente pode facorecê-lo.
Foco no resultado, não na substituição
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Na sua empresa funciona da mesma maneira. Enquanto seu time
estiver focado no resultado, ele trabalhará e encontrará meios para obtê-lo.
Um bom gestor não limita as alternativas. Mas em uma
emergência dessas proporções, é preciso ter cartas na manga, ou “planos B, C, D”,
como preferir. Uma boa gestão de crise está também em identificar com quem se
pode contar em horas de dificuldade.
Saiba que haverá problemas e erros. Use-os como inspiração.
É óbvio que dificilmente a primeira resposta à uma
substituição será a mais desejada. Há casos em que isso acontece, com
motivação, talento e trabalho. Mas pelo menos por um tempo a ausência será
sentida.
Não é problema que haja erros. O erro está em não
utilizá-los como forma de colocar ainda mais lenha na fogueira da motivação. Um
general não desiste sem ao menos tentar uma alternativa – ainda que improvável
aos olhos de outros.
É nessa hora que entra em campo uma característica
fundamental: entrosamento.
Equipe que joga junta, permanece unida.
A Costa Rica na Copa foi um fenômeno. Nunca uma equipe da
América Central foi tão longe, desafiou gigantes como Itália, Inglaterra,
Uruguai, Holanda, e ainda terminou a competição invicta.
É a força do coletivo, empurrada por uma motivação fora do
comum. Saber como seu companheiro atua, facilita suas ações. Por isso, além de
união e comprometimento, é preciso que a equipe tenha noção e disposição para
se sacrificar pelo companheiro.
Vale apelar também a quem já se conhece e “joga melhor junto”
nessas horas. Entrosamento favorece sempre. Cabe ao líder alimentar essas
características, além de ser um exemplo. Doar-se mais que os outros.
Uma derrota (ou uma vitória) não é o fim.
Perder faz parte. Compreender isso fortalece o grupo. E o
alimenta para futuras conquistas. Tudo tem o seu momento. E ter a consciência
disso faz com que boas equipes de trabalho deem frutos.
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Apesar dos craques, o mérito da vitória ou a tristeza da
derrota são de um conjunto. Ainda que um ou dois grandes craques não possam
entrar em campo, o coletivo prevalece. Enalteça o esforço do grupo. Parabenize a dedicação extra. E lute até o fim.
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Bip.
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