Hoje pareceu que a cidade deu ares de sábado. Ou de uma sexta-feira.
No ônibus, mais pessoas. No trânsito, também.
Em Periperi, comércio aberto. Mas só até as 16h. Para que se expor, não é?
Hoje visitei Alto de Coutos e a estrada da Cocisa, em Paripe. Ambos nos subúrbio ferroviário. Metade das lojas fechadas nas duas vizinhanças. Alguns já foram até baleados durante assaltos.
Em Cajazeiras, mais uma morte. Fora isso, não vi muitas informações de saques. Acho que os bandidos estão aproveitando os eletrodomésticos e móveis já roubados...
No Centro Administrativo, além de reforço nas tropas do exército e da força nacional - agora são 1400 militares ao todo - manifestantes mais agitados.
Durante o dia, acompanhei uma moça que quis entregar insulina a um PM, dentro da Assembleia Legislativa. E um senhor com uma sacola de medicações para outro no prédio. Ambos, sem sucesso.
Isso gerou novos protestos do lado de fora. A ordem não assumida, mas conhecida, é isolar total quem está lá, e deixar que o pessoal se canse e saia por conta própria.
Conheci algumas famílias que estão concentradas na área externa. A espera de uma solução. Cansados e com poucos mantimentos, as mulheres e crianças ficam com sede.
Persistem. Por seus maridos, filhos, irmãos. Sob um calor de 35º.
Aí veio a noite. O Jornal Nacional. E um trecho de gravação que pode complicar a situação.
O líder do grupo que invadiu a Assembleia - e gerou toda uma greve não prevista - aparece incentivando um colega a realizar um protesto em uma estrada - a Rio-Bahia.
O governo já disse que não negocia com PMs que praticaram vandalismo. Poderia queimar a imagem do cidadão, e incentivar uma invasão ao prédio? Acho que não necessariamente.
Até porque, a gravação surge em momento oportuno. É um trecho apenas.
Fortaleceria o governo, e até mesmo pode evitar uma greve no Rio de Janeiro - aí sim, um foco de preocupação da rede Globo.
Fato é que se torna uma guerra de informação. E só deixa ainda mais político o caráter dessa disputa.
Enquanto o povo sofre - e o que mais me dói é isso.
Dinheiro é gasto para manter tropas e alimentar manifestantes (doações, sei). Tempo é perdido em negociações que não se esgotam. Enquanto ficamos a mercê desses interesses.
Sempre os malditos interesses. De uma minoria. Seja de policiais, de políticos, governantes, aspones, todos juntos. O povo ainda é maioria.
E a nossa paciência, bem, essa já foi pro buraco há muito tempo.
Que seja pago o que os policiais merecem. Que se investigue e prenda os vândalos e arruaceiros. E que a justiça julgue corretamente - inclusive livrando os inocentes.
E fim dessa maldita greve. Já.
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Greve da PM na Bahia - mais movimento, mais polêmicas...
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Greve da PM na Bahia - dias de domingo em Salvador.
Sabe quando os ônibus saem vazios no começo da manhã e horários de pico? Quando o trânsito está quase livre e dá pra chegar no trabalho com boa folga?
Sabe daqueles dias em que as ruas não estão muito cheias? Os pontos e estações de transbordo recebem menos gente que o normal?
Sabe aqueles dias em que algumas lojas fecham mais cedo? Ou nem abrem.
São os sábados. Ou melhor, domingos.
Assim tem sido os dias em Salvador, com a paralisação da PM.
Ontem e hoje, observei como a cidade se comportava. De manhã, o ônibus passou e fez a viagem toda de 40 minutos quase vazio.
Inclusive, fez o trecho em 30 minutos. Por causa do trânsito mais tranquilo.
Durante o dia, nos bairros ameaçados por bandidos, o comércio fecha mais cedo. Ou nem abre. Caso de Periperi, onde houve ameaças a quem arriscasse abrir a loja. Fiz até uma reportagem sobre isso (veja abaixo).
A noite, por volta das 20h40, quase não havia movimento de pessoas a pé. Bares e postos de gasolina estavam abertos.
Minha academia fechou mais cedo. Eu nem sabia. O trânsito de carros era razoável - como em um fim de semana. E os ônibus começavam a escassear.
Por tudo isso, os dias aqui tem sido parecidos com os domingos. Até o sol está bem forte. Mas há uma exceção. As pessoas não estão nas praias o dia inteiro.
Muitos estão em casa. Com medo. Não os culpo. As notícias assustam, e a boataria, pior ainda...
Quando às notícias, houve saques e homicídios, principalmente durante a madrugada de segunda pra terça. Nada tão grave durante o dia, apenas assaltos. Inclusive um na manhã em Periperi.
Na madrugada de terça para quarta, surge a notícia da possível parada dos oficiais da PM.
Um encontro deles está marcado para quinta-feira.
Na Assembleia Legislativa, onde estão cerca de 200 manifestantes, nada mudou. Bolo de aniversário para o general do exército, presença da ONG Cedecca, para garantir a saída das crianças.
Apesar do diretor da ONG não ter encontrado menores, durante a noite havia 3 no local, de acordo com o site Globo.com (link aqui)
E assim vamos vivendo. A cidade dos sorrisos, que custa a abrir os dentes, por causa da paralisação.
Um movimento de melhoria para uma categoria. Mas que também é uma guerra política entre o governo e os grevistas.
Vencedores? Acho que não tem. Só um perdedor. O povo.
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
A greve da polícia e a falta de tempo.
Nos últimos dois dias, não postei - e sequer divulguei - o blog. Estava preocupado e atarefado. Tudo graças à paralisação dos policiais militares em Salvador.
Quando não estava na rua, a procura das notícias relacionadas à paralisação, estive na internet. Pude acompanhar a onda de terror incitada por alguns através da forma mais cruel de veiculação.
O boato.
Claro, houve fatos ruins. Bairros da periferia e subúrbio ferroviário da cidade principalmente vivem uma guerra. Quadrilhas de traficantes aproveitam a ausência da força policial para se matar.
Chacinas já foram registradas em pelo menos dois bairros. As maiores no Nordeste de Amaralina (5 mortos) e Boca do Rio (4 mortos).
Mercados pequenos de bairros populares como Mata Escura, Fazenda Grande do Retiro, e até mesmo de lojas grandes na Avenida Sete - circuito do carnaval de Salvador - já foram saqueados.
Nesse dia 7 de fevereiro, tem lojas em Periperi, no subúrbio, que receberam aviso para não abrir. Sabe-se lá de quem. A população reclama de ausência do exército nessas áreas.
Muita coisa, não? Pois é. Apesar disso, nesses quase 7 dias a boataria foi muito maior.
Cheguei a ouvir coisas impressionantes. Um chegou a falar que policiais estavam retirando dinheiro de dois caixas eletrônicos para colocar em carros fortes. Policiais? Isso porque estavam de colete e "brucutu" - aquela meia que cobre a cabeça.
Ora, nada mais eram que seguranças de carro forte.
E os boatos de "arrastão"? Bastava ver alguma multidão correndo - até pra ir pegar um ônibus - e já tinha gente que dizia ser arrastão - grupo de assaltantes e saqueadores. Pode?
Independente disso, fato é que ficou difícil postar no blog. Eu bem que gostaria de ter tempo para ler meus livros. Mas está difícil.
No domingo, trabalhei das 16h até as 10h da manhã de segunda-feira. Isso porque era o dia em que o exército iria isolar os manifestantes na assembleia legislativa. Um grupo com cerca de 400 pessoas.
No dia seguinte, amigos dos policiais dentro da assembleia forçaram a barra e tentaram bater de frente com o exército. Não conseguiram. Mas houve tumulto.
Nos próximos dias, viveremos a expectativa. Negociações para a saída dos PMs e familiares no local. Ou a mão pesada do estado sobre eles.
Todos estão armados. Dentro e fora da casa das leis - e do povo.
Provavelmente, minhas próximas postagens serão sobre esses assuntos. Claro que quando houver tempo, colocarei os livros também.
A gente se vê. E torce por uma solução pacífica.
(As imagens são do site bahianoticias.com.br)
O boato.
Claro, houve fatos ruins. Bairros da periferia e subúrbio ferroviário da cidade principalmente vivem uma guerra. Quadrilhas de traficantes aproveitam a ausência da força policial para se matar.
Chacinas já foram registradas em pelo menos dois bairros. As maiores no Nordeste de Amaralina (5 mortos) e Boca do Rio (4 mortos).
Mercados pequenos de bairros populares como Mata Escura, Fazenda Grande do Retiro, e até mesmo de lojas grandes na Avenida Sete - circuito do carnaval de Salvador - já foram saqueados.
Nesse dia 7 de fevereiro, tem lojas em Periperi, no subúrbio, que receberam aviso para não abrir. Sabe-se lá de quem. A população reclama de ausência do exército nessas áreas.
Muita coisa, não? Pois é. Apesar disso, nesses quase 7 dias a boataria foi muito maior.
Cheguei a ouvir coisas impressionantes. Um chegou a falar que policiais estavam retirando dinheiro de dois caixas eletrônicos para colocar em carros fortes. Policiais? Isso porque estavam de colete e "brucutu" - aquela meia que cobre a cabeça.
Ora, nada mais eram que seguranças de carro forte.
E os boatos de "arrastão"? Bastava ver alguma multidão correndo - até pra ir pegar um ônibus - e já tinha gente que dizia ser arrastão - grupo de assaltantes e saqueadores. Pode?
Independente disso, fato é que ficou difícil postar no blog. Eu bem que gostaria de ter tempo para ler meus livros. Mas está difícil.
No domingo, trabalhei das 16h até as 10h da manhã de segunda-feira. Isso porque era o dia em que o exército iria isolar os manifestantes na assembleia legislativa. Um grupo com cerca de 400 pessoas.
No dia seguinte, amigos dos policiais dentro da assembleia forçaram a barra e tentaram bater de frente com o exército. Não conseguiram. Mas houve tumulto.
Nos próximos dias, viveremos a expectativa. Negociações para a saída dos PMs e familiares no local. Ou a mão pesada do estado sobre eles.
Todos estão armados. Dentro e fora da casa das leis - e do povo.
Provavelmente, minhas próximas postagens serão sobre esses assuntos. Claro que quando houver tempo, colocarei os livros também.
A gente se vê. E torce por uma solução pacífica.
(As imagens são do site bahianoticias.com.br)
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